quinta-feira, 12 de agosto de 2010

MAIS UMA CRÔNICA DO LIVRO SOU MULHER - CRÔNICAS DOS VINTE - MOMENTO DE HUMOR.

A xícara branca de florzinha violeta.



Entrei na cozinha fria de azulejo cor-de-abóbora: fogão, geladeira, tudo em ordem. De repente, parei assustada; em cima da pia, uma xícara branca com uma florzinha violeta pintada em sua circunferência, repousava num pires amarelo de borda quebrada.
Aproximei-me lentamente e descobri que ela estava suja. Oh! Quem a teria sujado? E de que seria aquele “sujo”: café, chá? Quem saberia? Agarrei sua asa, para cheirá-la. E o que descobri? Era coca-cola. Larguei-a rapidamente e voltei a olhá-la. Estava ameaçadora. Aquela florzinha violeta parecia um olho, caolho, a me encarar. Dei-lhe as costas; virei -me outra vez: ainda estava me olhando. Olhei-a também; “olhos no olho”.
A pia parecia indiferente àquele caso, continuava lá, parada, sem fazer nada. Cruzei os braços; aquela ameaça branca de florzinha violeta me assustava, parecia que ia me atacar a qualquer momento. Estava me irritando. Meu medo foi se transformando em coragem. Aproximei-me lentamente; ela arrogante continuava me encarando e não saía dali. Agarrei-a e joguei-a ao chão. Ela partiu-se em mil pedaços. Foi quando meu marido chegou:
- O que foi isso?
- Legítima defesa!

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