Um poema que publiquei em 2009, no meu livro SOU MULHER, é muito atual. Principalmente pelo movimento que o Brasil tem realizado nestes últimos dias.
Sinto muito
Sinto muito
mas estou sem paciência
para a falta de inteligência
que assola o mundo.
Sinto muito
mas me falta paciência
para as lamúrias das pessoas
que se agarram ao passado,
usando-o como desculpa
para o medo de se atirarem na
vida.
Sinto muito
mas ando sem paciência
para aquelas tecnologias
que assolam nossas mentes
com detalhes dispensáveis,
nos desvirtuando do que é
realmente importante na vida!
Sinto muito
mas estou sem a menor paciência
para a falta de caráter
para a impunidade
para a corrupção
para a inversão de valores.
Sinto muito
mas estou sem paciência alguma
para o mau atendimento,
para as máquinas ambulantes
que não escutam o que você diz
quando quer reclamar ou
reivindicar.
Sinto muito
mas minha paciência está no limite
para a falta de respeito
para com os meus direitos
para as injustiças e covardias
para a ditadura disfarçada
na política de fome,
de falta de cultura e educação.
Sinto muito
Mas minha paciência já se acabou
para alienação do povo,
para as manchetes dos jornais,
para a novela das oito,
para o jogo de futebol,
para as copas e pans
pois, enquanto o torcedor se mata,
cartolas e craques
vão andando para o país.
Sinto muito
mas minha paciência já se esgotou.
Sinto muito,
Mas nem tanto...